Jul 29, 2014

Microdermal ganha preferência do público

No universo das modificações corporais ter adereço discreto é opção estética e menos invasiva

por Evelyn Nadaletto
colaboração Giovanni Perlati

Thais Izar; detalhe no antebraço.
Imagine-se com um piercing no pescoço, ou quem sabe se sua língua fosse separada ao meio e se transformasse em duas. Que tal implantar metal sob a pele para mudar o seu aspecto físico. Parece algo dolorido e assustador á primeira vista, mas cada vez mais os procedimentos chamados de Body Modification ganham adeptos pelo interior.

A justificativa pela procura desta técnicas modernas está na necessidade que o ser humano tem de se expressar diferentemente dos demais. Deste modo muitas pessoas utilizam das técnicas de tatuagens e body modification para destacar preferencias religiosas, artísticas, culturais e talvez a com maior apelo, a estética.

Em tempos em que se prima cada vez mais por aperfeiçar as curvas do corpo, e em muitos casos se faz uso de susbtâncias proibidas, os body moders, como são chamados os adeptos das modificações corporais preferem ir na contramão e quase sempre provocam incomodos nas pessoas tidas como dentro dos padrões estéticos impostos pela sociedade.

Implante subcutâneo
A body piercer Thaís Izar, diz que achou a técnica com um resultado estético final muito bonito. Há cerca de 20 dias ela colocou o seu primeiro microderamal no braço e agora se prepara para o aperfeiçoamento na técnica e para posteriormente aplicar no estúdio no Grillo Tatoo, em Jaú. “Vi pela primeira vez na internet e de cara já gostei. Nisso já me passou pela cabeça fazer uns no meu corpo e inovar o Studio, aprender as técnicas para aplicação. O microdermal é novidade, é como se fosse o 'novo piercing' e por ser mais discreto talvez ele possa ser mais aceito sim”, afirma Thais.

Uma das técnicas que ganha destaque no universo das modificações corporais é a Microdermal. Que estéticamente se assemelha a um piercing, porém com a diferença que há apenas um ponto no dispositivo, a entrada. O visual chama a atenção, pois se parece com um prego cravado no corpo. Muitas pessoas usam em locais como bochechas, próximo à boca, pescoço ou braços. A técnica pode ser aplicada em qualquer parte do corpo.

“Eu acredito que qualquer tipo de procedimento pode ser feito em qualquer parte do corpo. Isso não quer dizer que o resultado seja satisfatório. No caso do microdermal procuro fugir sempre de locais com pouca gordura e muita articulação, onde a cicatrização é mais demorada e o risco de atrito é bem maior”, afirma o body piercer Paulo Vitor, do Holy Ink Studio, em Barra Bonita.

Preconceito

Mesmo com a prática incorporada a tendências de comportamento e até na moda, o preconceito e os “olhares tortos” persistam. Os adeptos das modificações corporais precisam se preparar psicologicamente, pois da mesma forma com que a tatuagem um dia foi rótulo para preconceituosos, a prática ainda é uma novidade e causa estranhamento em vários locais.

“Ja sofri sim e não faz muito tempo. Fui ao SUS passar por um gastro, precisava de uma endoscopia, mas por conta dos meus piercing's do rosto o médico disse que eu iria fiar com câncer e me passou exame de hepatite e me recusou a endoscopia, por pura implicância ao meu estilo”, afirma Thais.

Ela ressalta que é comum esse tipo de reação e que nem sempre se trata de preconceito, mas sim conflitos de opinião e gostos. “Não acredito que fique no passado definitivamente e nem que as pessoas são totalmente intolerantes”, completa. 

Para quem se interessar pela prática é importante a procura por estabelecimentos que se enquadrem nas regras impostas pela Vigilância Sanitária. Além da técnica necessária para os procedimentos é importante que os materiais sejam esterilizados.

Essa entrevista foi realizada no ano de 2013 e publicada originalmente na Revista Rock Reload, como material de conclusão de curso nas Faculdades Integradas de Jaú.

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