No universo das modificações corporais ter adereço discreto
é opção estética e menos invasiva
por Evelyn Nadaletto
colaboração Giovanni Perlati
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Thais Izar; detalhe no antebraço. |
Imagine-se com um piercing no pescoço, ou quem sabe se sua
língua fosse separada ao meio e se transformasse em duas. Que tal implantar
metal sob a pele para mudar o seu aspecto físico. Parece algo dolorido e
assustador á primeira vista, mas cada vez mais os procedimentos chamados de
Body Modification ganham adeptos pelo interior.
A justificativa pela procura desta técnicas modernas está na
necessidade que o ser humano tem de se expressar diferentemente dos demais.
Deste modo muitas pessoas utilizam das técnicas de tatuagens e body
modification para destacar preferencias religiosas, artísticas, culturais e
talvez a com maior apelo, a estética.
Em tempos em que se prima cada vez mais por aperfeiçar as
curvas do corpo, e em muitos casos se faz uso de susbtâncias proibidas, os body
moders, como são chamados os adeptos das modificações corporais preferem ir na
contramão e quase sempre provocam incomodos nas pessoas tidas como dentro dos
padrões estéticos impostos pela sociedade.
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Implante subcutâneo |
A body piercer Thaís Izar, diz que achou a técnica com um
resultado estético final muito bonito. Há cerca de 20 dias ela colocou o seu
primeiro microderamal no braço e agora se prepara para o aperfeiçoamento na
técnica e para posteriormente aplicar no estúdio no Grillo Tatoo, em Jaú. “Vi pela primeira vez na internet e de cara já gostei. Nisso
já me passou pela cabeça fazer uns no meu corpo e inovar o Studio, aprender as
técnicas para aplicação. O microdermal é novidade, é como se fosse o 'novo
piercing' e por ser mais discreto talvez ele possa ser mais aceito sim”, afirma
Thais.
Uma das técnicas que ganha destaque no universo das
modificações corporais é a Microdermal. Que estéticamente se assemelha a um
piercing, porém com a diferença que há apenas um ponto no dispositivo, a
entrada. O visual chama a atenção, pois se parece com um prego cravado no
corpo. Muitas pessoas usam em locais como bochechas, próximo à boca, pescoço ou
braços. A técnica pode ser aplicada em qualquer parte do corpo.
“Eu acredito que qualquer tipo de procedimento pode ser
feito em qualquer parte do corpo. Isso não quer dizer que o resultado seja
satisfatório. No caso do microdermal procuro fugir sempre de locais com pouca
gordura e muita articulação, onde a cicatrização é mais demorada e o risco de
atrito é bem maior”, afirma o body piercer Paulo Vitor, do Holy Ink Studio, em
Barra Bonita.
Preconceito
Mesmo com a prática incorporada a tendências de
comportamento e até na moda, o preconceito e os “olhares tortos” persistam. Os
adeptos das modificações corporais precisam se preparar psicologicamente, pois
da mesma forma com que a tatuagem um dia foi rótulo para preconceituosos, a
prática ainda é uma novidade e causa estranhamento em vários locais.
“Ja sofri sim e não faz muito tempo. Fui ao SUS passar por
um gastro, precisava de uma endoscopia, mas por conta dos meus piercing's do
rosto o médico disse que eu iria fiar com câncer e me passou exame de hepatite
e me recusou a endoscopia, por pura implicância ao meu estilo”, afirma Thais.
Ela ressalta que é comum esse tipo de reação e que nem
sempre se trata de preconceito, mas sim conflitos de opinião e gostos. “Não
acredito que fique no passado definitivamente e nem que as pessoas são totalmente
intolerantes”, completa.
Para quem se interessar pela prática é importante a procura
por estabelecimentos que se enquadrem nas regras impostas pela Vigilância
Sanitária. Além da técnica necessária para os procedimentos é importante que os
materiais sejam esterilizados.
Essa entrevista foi realizada no ano de 2013 e publicada originalmente na Revista Rock Reload, como material de conclusão de curso nas Faculdades Integradas de Jaú.
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