Taí uma coisa que eu não tenho vocação dentro da música (se é que eu tenho vocação dentro da música rsrs): ser radinho de luxo em churrascaria. E isso não é uma crítica a quem faz a música não, mas sim a quem ouve... ou finge que ouve... ou não dá a mínima para o profissional que está ali fazendo a sua trilha sonora digestiva, enquanto você se empanturra de comida e bebida.
Vejo tantos colegas talentosíssimos se submetendo a isso porque é um dos poucos nichos de mercado que permite você ganhar alguns caraminguás, e embora sejam caraminguás, são vitais para o seu sustento. Mas aí você vai me perguntar o que você quer que os clientes façam? Eu digo: tenha a nobreza de valorizá-lo!!
Se fosse em qualquer outro país da Europa, haveria aplausos e atenção. Aliás os músicos não precisariam dedilhar um acorde enquanto você mastiga uma suculenta carne num restaurante. O lugar dele é o palco, é ser a atração, é ter os holofotes. Concorrer com o prato é algo desleal! Aí você me diz de novo: "Ainda bem que tem esses lugares para eles tocarem, pelo menos." Eu digo ainda bem uma ova, só sobrou isso, porque no Brasil a cultura e educação são tratados como ruído!
Admiro que consegue sentar numa churrascaria ou restaurante e tocar horas a fio sem sequer ser notado. Admiro pela força, mas lamento pela desvalorização artística. Eu gostaria de ver os músicos de churrascaria serem aplaudidos em um palco, em um teatro, em um concerto ou show. E não mendigando um ruído de prato ou uma comanda na faixa., quem sabe um guardanapo pedindo um "toca Raul". Me desculpem, mas é muito pouco perto da grandeza de um músico, seja amador, profissional, seja qual for o estilo e a levada.
