May 9, 2013

Versões legais de clássicos do metal


Versões. Conheço muita gente que torce o nariz quando o assunto é fazer versões de clássicos da música internacional. Talvez o rock seja o maior alvo e no You Tube sai cada porcaria às vezes, que me limito a classifica-las na categoria “cover mal feito”. Mas quando há um toque de classe, de capricho e uma mescla entre a inovação e a manutenção dos elementos principais da música, aí sim sai coisa boa.
 
Garimpar isso no You Tube é uma tarefa bastante complicada, porque os vídeos destas versões nem sempre são populares, justamente pelo motivos que descrevi na primeira linha deste texto e também por causa do Emerson Nogueira (rsrs).  Selecionei quatro versões de bandas como  Dream Theater, Slayer, Mettalica e Iron Maiden. Elas unem bom gosto, inovação, precisão e qualidade na execução.  Então confira os vídeos abaixo:
 
O primeiro é um guitarrista/violonista holandês chamado Thomas Zwijsen, 24 anos . O cara manda muito bem na pegada do violão clássico, embora seja um guitarrista de heavy metal. Gosta tanto de Iron Maiden que até já gravou com Blaze Bayley , que foi o frontman da Donzela de Ferro de 1994 a 1999. Mas o gosto de Thomas por versões fica evidente no seu disco Nylon Maiden, lançado em 2013. Para quem quiser ter mais informações ou até conhecer e comprar o disco do cara é só acessar o site dele www.thomaszwijsen.com .
 
Esses doidos aqui fizeram uma versão inusitada do “hit” do Metallica. Aqui, Enter Sandman ficou com uma cara toda de folk e country made in Alabama. A banda Iron Horse é formada por Vance Henry no violão e voz tenor, Anthony Richardson no banjo , faz voz barítono e “bass voice”, Ricky Rogers no contrabaixo é barítono e Tony Robertson no bandolim e  lead & tenor vocal. Esses caras tem 12 álbuns lançados em tributo a bandas como Metallica, Led Zepellin, Ozzy Osboune, Guns´n Roses, Van Halen, entre outros. Além disso, eles tem três álbuns autorais, o último é intitulado “Horse & Pen”, lançado em 2011. Vale a pena curtir o canal deles no You Tube: www.youtube.com/IronHorseBluegrass .

 
Sambo Ray Jr. é o típico jovem americano criativo. O cara é designer, animador e encontrou na procrastinação um atalho para “brincar” com versões no violão. E ele brinca como gente grande, separei uma versão muito legal de “Seasons in The Abyss”, do Slayer. Tudo bem que ele não é um cantor nato, mas ele conseguir simular a bateria e o violão ao mesmo tempo, usa e abusa de tappings, sola e ainda canta a danada. Dá uma olhada nisso (vídeo abaixo). Se quiser conhecer melhor o trabalho do cabron, se liga na página dele:  www.samborayjr.com .


Essa aqui eu conheço faz tempo, mas nunca pesquisei a respeito. Pipo& amp; Elo ao que me parece é um casal que transformou a pegada brutal do Dream Theater em um som acústico intimista. A voz feminina deu um toque todo delicado. Assim podemos tocar "As I Am" em qualquer jantar a luz de velas ou numa reunião de família, sem precisar que o vizinho chame a polícia por causa da bateria. É uma pena que eles não tem um site ou um vídeo com o performance ao vivo. Mas vale a pena conferir essa versão.
 
 

May 6, 2013

Tarantino e a guitarra de carne e osso


Eu sei que este blog tem como foco a música, mas eu vou abrir uma exceção e mesclar um pouco com cinema. Bom esses dias eu fui questionado por alguém (não me lembro), qual era o filme “trash” que eu mais gostava. Eu sinceramente não sou adepto da “trasheira”, mas um em particular eu assisti em meados de 1996. Aliás, foi esse longa que fez virar fã do Quentin Tarantino, e naquela época ele ainda era um mero atendente em uma locadora em algum lugar nos EUA. Com certeza foi neste emprego que ele escreveu o filme, que posteriormente veio a ser dirigido por Robert Rodriguez.

Sobre o filme, as bizarrices ao melhor estilo Tarantino, a dupla de assaltantes sanguinários e psicopatas interpretada por George Clooney e pelo próprio Quentin, encontra uma família feliz e saltitante de férias em um motor home. Na família a adolescente interpretada por Julliet Lewis era a filha sem mãe que seguia junto com o pai e o irmão, até encontrarem os fugitivos retardados. Bom, a história termina num bar insano de motoqueiros, onde eles resolvem entrar para tomar umas e outras e buscar uma encomenda com um “parceiro” dos bandidos.
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Curiosidade: Um Drink no Inferno é o 2º de nove filmes em que Robert Rodriguez e Danny Trejo trabalham juntos. Os demais foram A Balada do Pistoleiro (1995), Pequenos Espiões (2001), Pequenos Espiões 2 - A Ilha dos Sonhos Perdidos (2002), Era Uma Vez no México (2003), Pequenos Espiões 3D (2003), Planeta Terror (2007), Machete (2010) e Pequenos Espiões 4 (2011).
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A coisa desbunda de vez quando a apresentação da noite é anunciada. “Satanico Pandemonium” interpretada pela bela Salma Heyek que na dancinha épica faz Tarantino beber champagne em seus pés. Depois disso a banda para e o bar vira uma grande orgia gastronômica para zumbis, vampiros e monstros. Enfim no final só Kate (Julliet) e Richard (Clooney) se safam, as aberrações morrem, os humanos viram aberrações antes de morrer e tudo se resolve, na medida do possível.
Satanico Pandemonium ao som de “After Dark” de Tito & Tarantula
Mas voltando ao foco musical! Algo que todo mundo comenta quando cito esse filme nas rodinhas de bate papo é a banda que faz o som no bar. Pois lá vai! A banda californiana Tito & Tarantula participou com nada menos que quatro canções e de quebra ainda fez uma ponta no palco do bar onde a treta toda aconteceu. A apresentação da Satanico Pandemonium foi ao som da música “After Dark”, quando a banda ainda era de músicos humanos. Mas a cena que marca o filme é mesmo onde os humanos viram banquete dos monstros e em alguns takes a incrível, eu repito: A INCRÍVEL cena da banda toda transformada e o guitarrista tocando com uma guitarra feita de um tronco humano, uma perna, e uma cabeça que ficava balançando.
Na cena em que a banda já tinha se transformado a música é “Angry Cockroaches” e eu achei uma versão menos bizarra que a do filme:

Tarantino é gênio mesmo, hoje aquele filme me faz rir muito por causa desta cena e também pela cena em que um monstro derrete e seus olhos explodem, e aquela sugestiva gosma branca voa na cara da Julliet Lewis, que estava de joelhos no chão. Nada mais tarado do que a associação entre a cena e um "bucake". Até seria, se o Tarantino não fosse um autodidata e nem soubesse o que era semiótica na época.  Recomendo o filme e recomendo que prestem mais a atenção. Divirtam-se!