Apr 20, 2013

O último brilho do "diamante"

Estou longe de ser o maior fã de Pink Floyd, mas o fato de eu gostar muito e estar cercado de grandes fãs em toda a minha existência, me credencia para pelo menos analisar alguma obra desta que é uma das maiores bandas da história do rock´n roll mundial. Pois bem, escolhi o documentário "Pink Floyd: The Story of Wish Were Here" lançado em 2012, e que traz como pano de fundo o período que se passou durante a gravação do single "Wish Were Here".

O documento com relatos dos próprios integrantes da banda é recheado de detalhes sobre a composição do disco, produção e sobre o período nebuloso que resultou no rompimento do baixitsa Roger Waters com a banda em 1985. As palavras do  artista visual/gênio Storm Thorgerson, autor da capa do disco The Dark Side of The Moon, que morreu na última semana, também acrescentam muito ao conteúdo. Além disso, a atmosfera densa deste período se passa, em boa parte, nas entranhas do famoso Abbey Road Studios, na Inglaterra, um dos oráculos do rock.

No entanto, o grande foco e talvez a parte mais apelativa do roteiro deste documentário está em alguém que, para quem não conhece tão bem a história da banda, julgaria menos importante que os demais. Jamais pensei que a carga de sentimentos, sensações e energias em torno do nome de Syd Barrett, fosse tão forte e ainda remoesse um turbilhão de lembranças em David Gilmour, Waters, Richard Wright e Nick Mason.
 

Syd carimbou com sua presença, talvez só de corpo, o momento fulminante da banda em estúdio. Os relatos perturbadores de Gilmour e Waters retratam uma pessoa totalmente irreconhecível que adentrou silenciosamente o estúdio sem se identificar e sem ser reconhecido pelos seus ex-companheiros de Pink Floyd. Os olhos semi-marejados e a voz embargada de Gilmour foram o suficiente para expressar o grau de relevância de Barrett na história da banda. O "Diamante Louco" teve uma faixa em sua homenagem no disco: "Shine On You Crazy Diamond". Sò não é a principal, por que Wish You Here expandiu o seu brilho e ganhou os holofotes.

Não para os verdadeiros fãs que sabem valorizar cada uma das composições e lamentam o triste fim de uma das maiores bandas do planeta. E posso falar como um, que apesar de maravilhosa, Wish You Here é apenas um grão de areia em um mar composições surreais e inspiradoras. E como acho que acabei dando detalhes demais sobre o documento, vou ser bonzinho e postar o vídeo na íntegra logo abaixo. Apertem os cintos e enjoy:

Como o nosso querido Blogspot não aceitou a janela do vídeo aqui no corpo do texto. Basta clicar no link abaixo para assistir ao documentário:

Pink Floyd - The Story of Wish You Were Here 2012 legendado PT-BR
Link: http://www.youtube.com/watch?v=qGd1eiLKY_8

Apr 10, 2013

Do deserto da Tunísia


Não sei onde, exatamente, achei o material desta banda, mas posso afirmar com todas as letras que realmente foi um grande achado. Myrath (pronuncia-se Mi – Raf) é uma banda oriunda da Tunísia e apesar da origem pouco tradicional no cenário metálico internacional esses caras me convenceram com o seu álbum mais recente “Tales of the Sands”.

Álbum: Tales of The Sands (2011) completo


O quinteto formado por Zaher (vocal), Malek (guitarra), Anis (baixo), Elyes (teclado) e Morgan (bateria) tem como premissa em suas composições, a mescla entre quebradas do progmetal e elementos da música oriental. E antes que você pense em ouvir o disco comendo esfirra, vai se surpreender, principalmente com a forma com que eles construíram este elo entre o estilo ocidental e instrumentos e elementos orientais.
Dois destaques em minha opinião, a primeira música do disco “Under Siege” que dispensou a famosa faixa de abertura do álbum. Abusou dos teclados, aliás, o que me chama a atenção dos “Keys” é especialmente a pouca utilização dos famosos “ensambles” e “strings” que todo mundo usa por aí. Eles conseguiram fazer muito bem essa liga entre os grooves pesados e bons riffs, com uma atmosfera oriental e um refrão marcante.

Eu realmente tenho os dois pés atrás quando o assunto é fazer metal com mesclas regionais. Sou da opinião de que isso nem sempre fica bom, mas no caso desses caras achei que ficou sensacional e espero que eles sigam nessa linha criativa nos próximos trabalhos. Também não vou perder a oportunidade de enaltecer o trabalho de divulgação da banda, que excursiona pela Europa, América e em tudo quanto é lugar no globo.
Para encerrar vou dar o meu segundo destaque no disco. A faixa que dá nome ao disco “Tales of the Sands” parece mesmo soar como um conto “from the deep desert of Tunísia”, como brinca Zaher no vídeo abaixo. Destaque para os trabalhos vocais, não só da linha principal, mas também dos backings e das vocalizações orientais. O refrão é todo cantando em árabe o que também se torna um elemento surpresa no decorrer da música.


Bom, acho que me estender ainda mais aqui é bobagem, gostaria de recomendar o disco a todos os meus leitores. O link do youtube com o disco na íntegra tá no topo do post. Acho que vale a pena dar uma boa ouvida e conhecer novos trabalhos, pois a cada dia nós descobrimos mais e mais bandas talentosíssimas no cenário nacional e internacional. E nunca é demais ouvir coisas novas e saber que não estamos reféns dos mesmos sons e pegadas. Abraço!