
Seu mais recente trabalho intitulado Epicloud mostra com clareza o ápice do seu insano repertório de arranjos. Sua música é difícil de digerir na primeira vez (me lembro que a primeira vez que ouvi os pré-conceitos e verdades absolutas falaram mais alto, na época o lançamento era o disco Ziltoid: The Omniscient), na segunda vez em que se ouve muita coisa ainda não faz sentido, principalmente na parte instrumental. As letras em suma são boas, as vezes flertam com o psicodélico. Aliás, já que os bangers adoram rotular as coisas aqui vai o rótulo que criei para Townsend Project: Death Metal Progressivo Diazepan. Porém aos poucos fui entendendo a genialidade e a riqueza de recursos harmônicos que esse cara tem, sem falar da fúria contida em alguns momentos e escrachada em outros.
Epicloud é uma viagem intensa pela loucura passando de levadas calmas quase baladas até os mais estridentes berros que são atravessados constantemente por riffs nervosos e fritadas insandecidas de bateria. No meio de tudo isso uma bela voz surge, Anneke Van Giersbergen, a holandesa com a voz doce e quase infantil torna a missão de entender o disco ainda mais difícil. Mas acredito que a intenção era justamente essa, essa é a genialidade de Townsend. Ele não é obvio e sua música cumpre com o papel da imprevisibilidade. Hora calmo, hora frenético este é o estilo do Quentin Tarantino das composições, já que tira sangue de forma cômica.
Meus destaques são as faixas True North, Where We Belong, Kingdon e Grace, porém uma boa ouvida no disco todo te dá uma boa dimensão das inúmeras cartas na manga do tio Chico do Heavy Metal. Essa música do vídeo acima é do disco Ziltoid: The Omniscient. Se você fizer uma busca rápida vai ver que a discografia deste cara é de dar inveja.
A doce voz
Uma coisa me despertou muita atenção na musicalidade da loirinha. Anneke Van Giersbergen. Passei a olhar mais atentamente para o seu potencial e mesmo que ela não esteja tão engajada na cena heavy, todos devem ouvir com mais atenção a sua muscialidade. Ela tem estreitado laços com o folk rock em seu atual projeto Agua de Aneeke. No entado o timbre de voz é curioso e muito cativante. Vale a pena conferir.