Jul 16, 2012

Meu velho amigo rock n´roll

Na última sexta-feira 13 uma legião de seguidores e discípulos comemorou o Dia Mundial do Rock. E mesmo que as glórias e mestres do passado tenham ficado em um longínquo tempo, os saudosistas carregam em sua vida a trajetória da música que mudou o mundo para sempre. Afinal o ser humano vive de revoluções, e o rock foi uma das mais viscerais libertações já presenciadas no último século, e segue até hoje provocando reflexões e reações em um tempo em que as pessoas parecem cada vez mais apáticas.

No Brasil tivemos o rock de Brasília, espelhado por bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, entre outras. Na mesma vibração de onde vieram os diamantes brutos como Led Zeppelin, Black Sabath, Elvis, Beatles, entre tantos outros que promoveram uma grande alteração nos padrões comportamentais da sociedade daquela época. Mas como a chama de uma vela um dia se apaga, o mesmo parece acontecer.

Vendo as atrações tupiniquins de hoje em contraponto aos mitos do passado, penso o quão longe estamos de uma música realmente útil à sociedade brasileira. A música que outrora provocava reflexões, revoltas, mudanças substanciais e significativas nos indivíduos, um a um, hoje se vê inofensiva. Que país é esse? Onde a utilidade social da música foi substituída por radinhos de luxo em bares e boates, por heróis meteóricos de apenas um verão, por canções que nada tem a dizer ou evidenciam cada vez mais a banalização da palavra amor. 

Assim como a educação, a cultura e, dentro dela, a música, pode dar um novo rumo ao país, à sociedade como um todo. Não que o rock seja obrigatório, mas que de uma vez por todas as pessoas entendam que assim como tudo o que existe, a música tem uma aplicação maior como fator social do que como apenas um entretenimento. O rock é tocado há quase cinquenta anos e eu desafio qualquer um artista desses considerados “sucessos” no Brasil a durar o mesmo tempo, com a mesma ênfase e conteúdo que o rock.

Será que hoje não precisamos mais nos libertar?
Vida longa ao rock n´roll!
Texto originalmente publicado em:
http://comerciodojahu.com.br/post.asp?id=1257266

Jul 12, 2012

Luz! Câmera! Som!


Gris Wolds. Projeto competente e de muito bom gosto


Fernando Lazari (guita e voz), Alexandre Lazzari (batéra) e Eduardo Nakagawa (baixo)

A primeira vez que vi esses caras tocando foi no falecido bar do Brian (Jaú-SP) e fiquei de cara com a simplicidade e bom gosto do repertório. Acredito que falta muito isso às bandas atuais, dizem que querem inventar moda, mas na real, criatividade é sempre bem vinda. E isso não falta ao trio Gris Wolds.

Mas como assim criatividade? eles tocam “covers”! Se essa frase passou pela sua cabeça é hora de rever conceitos. Sou um pouco receoso com relação às releituras, mas tiro o chapéu para seleção que esses caras fizeram. O rock atual é feito de referências passadas, mas como, cargas d´agua, inovar em uma banda cover? Conceitualizando, contextualizando, afinal o rock pode ser redescoberto com muita competência.

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando peguei o meu CD “Draggin You To Hollywood”. Literalmente fui arrastado para os anos 80, década em que não me recordo de muitas coisas, mas minha memória musical não me deixa na mão. A maioria dos filmes desta década eu assisti na Sessão da Tarde, na década seguinte. Sem pipoca, pois microondas na época era coisa de rico.

Por falar em pipoca olhem só a foto da embalagem do CD. Vou repetir o que eu disse ao Fernando Lazzari quando ele me deu um exemplar: “Sensacional isso cara!” Pois é, uma linda embalagem que simula um pacote de pipoca, destes de cinema. Dentro, além do CD, um punhado de pedaços de isopor que sugeria a pipoca. Tanto que derrubei algumas no chão, assim como acontece toda vez no cinema.

Quanto às músicas vou primeiro falar daquela que mexeu mais comigo. A faixa número sete. O Main Theme do filme De Volta Pro Futuro, que em minha opinião disputa pau a pau com o Senhor dos Anéis como a melhor trilogia de todos os tempos (só que foi feito quase 20 ano antes). Um rearranjo simples da guita, baixo e batera, uns samplers com falas do filme no meio. Um tanto quanto nostálgico. Resultado: fui ver o filme de novo, só pra não perder o costume.

O disco começa com a primeira faixa (ahh vá?) Alice, do filme Alice no País das Maravilhas, e em alguns momentos eu jurei que era o Lian Gallagher cantando. Não me pergunte porquê. Faixa 2 com Take My Breath Away, do filme Top Gun. Faixa 3 do filme Mama Mia, do filme homônimo. Faixa 4 com Gosthbusters (caralho aquele monstro de marshmallow do filme era muito bicha), mas a música era legal, me lembro de ter feito uma arma para caçar fantasmas com um aspirador velho de minha mãe na infância.

Sim eu tinha mania de imitar as cenas mais legais dos filmes... não ... eu não era uma criança normal... ainda terei um amigo chamado Geléia...

Voltando ao disco! Faixa 5, The Lion Sleeps Tonight, essa é a faixa mais divertida do disco, e não tem como não se lembrar da cena do Pumba peidando no lago e a manada toda fugindo. Minha sobrinha de 2 anos de idade assiti esse filme umas 27 vezes por dia. Ficou muito massa a levada reggae no instrumental! Apumbauê... apumbauê! Hoje a noite aqui na selva, quem dorme é o Leão... show de bola!

My heart Will Go On, da Celine Dion, ganhou uma levada a La Green Day, que removeu completamente aquela coisa melosa da música. O que me lembro do filme? Sei lá, fiquei com tanta raiva do Leonardo de Capprio na época que enfiei na cabeça que o filme era uma bosta. Hoje alguns anos depois eu continuo achando a mesma coisa... 

Mas música ficou foda, até porque a levada Green Day botou a Celine no chinelo.

A faixa sete foi a primeira que falei...

Faixa 8 e final, cara eu gosto dessa música. Tanto na versão original quanto na versão do U2 no disco “The Best of alguma coisa”. Essa versão do Gris, não fica atrás. Fazem com um trio o que muita superbanda não consegue fazer. Eficiente, divertido, despojado, com certeza está entre as gratas surpresas dos últimos anos aqui no interior.